Vénus - Amor no Coração do
Sol
No símbolo de Vénus (♀) encontramos o círculo do
espírito sobre a cruz da matéria. É o domínio do Espírito sobre a Matéria.
“… Com o espírito sobre a matéria, pode manifestar-se a
lei segundo a qual o que está em cima passa para o que está em baixo. É por meio
desta ordem natural que a suavidade da verdadeira natureza do homem revela a ele
a fonte da sua vida física. Esta é a verdadeira essência do
amor.
Quando os antigos idealizaram este símbolo, sabiam que,
quando o homem coloca a matéria acima do espírito, a sua vida fica vazia. A
grande beleza, harmonia e amor que encontramos no mundo é o resultado da
capacidade do homem de conseguir unir essas duas partes do seu ser, de forma que
a sua essência espiritual esteja sempre acima da sua existência física, embora
ligada a ela…” In “Vénus – A Dádiva do Amor – Martin
Schulman
Vénus, regente de Touro (Terra) e Balança (Ar), é o lado
feminino da nossa natureza. Vénus, Afrodite, Ishtar… Deusa do Amor. Segundo
planeta do sistema solar, irmã da Terra, ponto mais brilhante do céu nocturno.
Estrela da manhã quando atinge o seu brilho máximo antes do nascer do Sol ou,
estrela da tarde quando o atinge no ocaso. Representa a nossa capacidade de
expressar e ver beleza, o nosso sentido estético, o Belo, a união a algo que nos
devolva valor, é a experiência da complementaridade.
Em Touro, é a atracção magnética pela forma, pelas
posses, por um sentido de segurança. É a experiência dos sentidos…. prazer. Em
Touro procura valor – como nos valorizamos, como utilizamos os nossos recursos
internos e externos, como a nossa vida é expressão do nosso sentido de
auto-valor – Amor próprio… E, a nossa relação com o que temos, com o dinheiro,
com o que precisamos, diz muito sobre a forma como nos relacionamos connosco,
sobre a maneira como nos damos valor, sobre o nosso sentido de segurança. Em
Touro, Vénus ensina-nos que a nossa primeira relação é connosco.
Em Balança (Libra) é a aprendizagem dos e nos
relacionamentos. É a Justiça, a parceria, a relação a dois, as relações sociais,
a Arte. É a busca da harmonia. Na justiça, na arte ou nos relacionamentos
buscamos harmonia, buscamos proporção – a proporção dourada. Em Balança
(Libra) saímos de nós e buscamos no outro complementaridade. É a vivência do
espelhamento – atraímos quem ou o que nos espelha. E quando não aprendemos a
relacionarmo-nos connosco, quando não aceitamos ou ocultamos partes de nós, os
relacionamentos são o campo para as maiores aprendizagens… muitas vezes para os
maiores desafios. É-nos devolvido através da projecção, quem também somos e não
sabemos ou não queremos saber.
Em Peixes Vénus exalta-se e o Amor universaliza-se. Em
Gémeos tem um trabalho especial, pois é o regente esotérico deste signo, o
regente da Alma. Em Gémeos Vénus ensina a comunicar a partir do coração. Vénus
Deusa do Amor, Mercúrio (regente de gémeos) o mensageiro dos Deuses – Vénus
junta-se a Mercúrio e traz amor às mensagens.
Vénus é especial e a sua especialidade mostra-se também através dos seus ciclos. Por estar muito próxima do Sol, o movimento de translação de Vénus leva 240 dias. No entanto, Vénus tem um ciclo maior, marcado pelas conjunções que o planeta faz periodicamente com o Sol. A cada 584 dias, vemos que Vénus, em movimento retrógrado, forma uma conjunção com o Sol, a chamada conjunção inferior (o planeta está retrógado e mais próximo da Terra). Num período de 8 anos, aproximadamente, ocorrem 5 conjunções inferiores em diferentes pontos do zodíaco formando uma forma geométrica – uma estrela de cinco pontas (um pentagrama). Se observarmos todas as conjunções que ocorrem ao longo dos séculos, percebemos que o pentagrama de Vénus move-se ciclicamente, em movimento retrógrado, a cada 256 anos.
O próximo mês de Junho vai ser muito fértil em termos de
acontecimentos astrológicos significativos e, assim na Terra como no Céu, todos
estamos conscientes que estamos a viver um tempo especial, um tempo em que todos
nós podemos ganhar sentido e alinhar-nos com o propósito da nossa alma. Para
além de no final de Junho termos a primeira de sete quadraturas entre Úrano e
Plutão e de Júpiter entrar em Gémeos, teremos também no dia 5 e 6 de Junho um
trânsito especial de Vénus (logo no dia a seguir ao eclipse lunar).
Vénus é o regente esotérico do signo de Gémeos e neste
momento está retrógado em Gémeos. No dia 5 e 6 de Junho Vénus vai estar cazimi
com o Sol no final do 16 de Gémeos (deve ter-se em conta o grau 17) ou seja,
como explica o António Rosa
no blog Cova
do Urso; “ Cazimi (também escreve-se Casimi) é um palavra técnica árabe que
significa "coração do Sol" ou "no coração do Sol". É um termo astrológico /
astronómico significando um planeta que está em conjunção exata com ou muito
perto do centro do disco solar. Um planeta que forma uma conjunção com o Sol no
espaço de 17 ' (minutos de arco) de partil (exactidão) é dito ser Cazimi,
literalmente engolido e fortificado pelo Sol e, como ele também pode ser
interpretado "no coração do sol".”
O trânsito de Vénus de dia 5/6 de Junho vai fechar a
estrela de cinco pontas, o pentagrama. O trânsito de 2012, será o último do
século (o próximo será em 2117). As duas últimas vezes que isto aconteceu foi em
8 de Junho de 2004 e a anterior a essa, em 1882.
Este é realmente um trânsito especial de Vénus. Se
olharmos para o símbolo sabeu do grau onde Vénus se encontra no coração do Sol,
consciencializamos a grandeza do significado. E nele, no símbolo, encontro o
significado também do completar da estrela de cinco pontas. Para Pitágoras, o
pentagrama era considerado o símbolo da perfeição. Assim, quando o pentagrama se
fecha no momento em que Vénus se junta ao Sol, é um momento de perfeição
Divina. Para os pitagóricos a estrela representa a sabedoria e o conhecimento. A
Estrela de cinco pontas é também um símbolo que designa o homem espiritual, o
indivíduo dotado de alma. A ponta superior da Estrela é a cabeça humana, a
mente. As demais pontas são os braços e as pernas. As cinco pontas da Estrela
lembram ainda os cinco sentidos que estabelecem uma ponte para a comunicação da
alma com o mundo material. É um momento significativo para todos e especialmente
para quem tem energias perto do grau 16 dos signos mutáveis (gémeos, virgem,
sagitário e peixes) e também em Balança e Aquário (trigono) e Carneiro e Leão
(sextil). Espero que seja um momento profundo, para mim também, que tenho o Sol
a 17 de Gémeos.
No Símbolo sabeu do grau 16 está presente a necessidade
de exteriorizar o conhecimento, a sabedoria… levar consciência aos que ainda não
despertaram. Apesar dos aspectos tensos que vamos ter e temos tido no Céu, e
apesar do símbolo poder sugerir contestação social, acredito, ainda assim, que
impregnar o Rei (Sol, autoridade) em cada um de nós com o Amor de Vénus em
Gémeos, disponibilizando sabedoria e conhecimento a todos, permitirá que
acordemos e nos expressemos de uma forma venusiana para que a velha ordem de
poder seja substituída por uma mais justa, harmoniosa, amorosa. O símbolo do
grau 17, sugere e reforça uma transformação por meio da proliferação de
conhecimentos de uma forma calma e consistente. Os dois símbolos representam de
alguma forma o arquétipo geminiano, o dois, os dois lados sempre presentes - um
lado instintivo e outro consciente. Será, creio eu, uma oportunidade de síntese.
Uma elevação de nível de consciência, só possível através do
Amor.
Símbolo sabeu do grau 16 de
gémeos
“Uma activista dramatiza, num emocionado discurso, sua
causa.
Ideia básica: Uma resposta apaixonada a uma experiência
nova profundamente sentida.
Aquilo que foi “descoberto” não apenas precisa ser
discutido e testado por meios de um intercâmbio intelectual que lhe permita ser
formulado, como também requer a “exteriorização”. Isso implica o acto de lidar
com aqueles que ainda não estão cônscios do novo conhecimento ou da nova
compreensão. É necessário haver um público, que deve ser convencido; a sua
resistência inicial à mudança deve ser superada. Isso costuma requerer uma
dramatização emocional das questões envolvidas. Aqui, mais uma vez, tal como no
próprio início no ciclo (Áries 1º), é descrita uma mulher, que tem como
significado uma pessoa que depende dos sentimentos e das imagens veemente para
abalar o público receptivo.
… Lidamos agora com a exteriorização do impulso original
– isto é, a saída do vasto oceano de potencialidades que constitui a natureza
humana em todos os níveis. Está em jogo um processo de comunicação de novas
experiências. A mente é chamada a realizar a sua tarefa, mas primeiro vem a
acção da mente que é violentamente transformada e que tenta transformar outras
mentes por meios violentos, a mente proselitista.”
Grau 17
"A cabeça de um jovem robusto transforma-se na de um pensador robusto.
Ideia Básica: A transformação da vitalidade fisica no poder de construir conceitos e formulações intelectuais por intermédio dos quais o conhecimento possa ser transferido.
Enquanto, no símbolo precedente, vemos a libertação explosiva de impulsos gerados por uma nova forma de perceber o que é certo e errado - a forma "mulher" controlada pelos sentimentos, - vemos agora um quadro de um processo de calma e consistente metamorfose de energia biológica em poder mental, que pode ser visto simbolicamente como a forma "homem". O simbolismo pode parecer ultrapassado nos nossos dias, mas as duas abordagens contrastantes de comunicação de novas experiências permanecem evidentes, seja qual for a maneira de simbolizá-las.
Tal como acontece em praticamente todos os casos, apresenta um contraste em relação ao primeiro. Temos representada a transformação de emoções em mente, de instintos em pensamentos - um processo de metamorfose mental."
Grau 17
"A cabeça de um jovem robusto transforma-se na de um pensador robusto.
Ideia Básica: A transformação da vitalidade fisica no poder de construir conceitos e formulações intelectuais por intermédio dos quais o conhecimento possa ser transferido.
Enquanto, no símbolo precedente, vemos a libertação explosiva de impulsos gerados por uma nova forma de perceber o que é certo e errado - a forma "mulher" controlada pelos sentimentos, - vemos agora um quadro de um processo de calma e consistente metamorfose de energia biológica em poder mental, que pode ser visto simbolicamente como a forma "homem". O simbolismo pode parecer ultrapassado nos nossos dias, mas as duas abordagens contrastantes de comunicação de novas experiências permanecem evidentes, seja qual for a maneira de simbolizá-las.
Tal como acontece em praticamente todos os casos, apresenta um contraste em relação ao primeiro. Temos representada a transformação de emoções em mente, de instintos em pensamentos - um processo de metamorfose mental."
In “Uma Mandala Astrológica” – Dane
Rudhyar
Não posso deixar de agradecer venusianamente, de
coração, ao António Rosa pelo desafio que me lançou. Agradeço muito também todo
o seu apoio.
Vera Braz Mendes
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